ENTRE ACASO E NECESSIDADE: "O ANDAR DO BÊBADO" E OS CÁLCULOS DA INCERTEZA
Leucipo (cerca de 450 a.C.), atomista grego, afirmou que nada acontece em vão, mas tudo acontece por determinação de uma causa e de uma necessidade. No âmbito da Lógica, os desdobramentos destas proposições relacionam-se à clássica noção de "razão suficiente": nada acontece que não tenha uma causa ou, pelo menos, uma razão determinante de ser. No entanto, por mais que casual e causalidade pareçam antagônicos, o acaso não é ausência de causa. De fato, as acepções mais cuidadosas indicam - independentemente das situações que, por ignorância ou confusão do homem determinado evento foi imprevisível - o acaso enredado em causas ou na insuficiência de probabilidades no tocante a determinada previsão (deste modo, o acaso é um forma de determinação, só que imprevisível). Para nos valermos de um exemplo - e exemplos de ordem empírica e cotidiana se multiplicam no decorrer da obra objeto desta resenha - se de um lance de dados resultar o número cinco, é válida a conjectura de que in